O uso do calcário no solo
O calcário é aplicado no solo para o fornecimento de cálcio e magnésio, assim como para a correção da acidez (pH) do solo. O termo corretivo agrícola inclui produtos como a cal virgem, a cal hidratada e a escória. Todos esses produtos são considerados corretivos, utilizados na forma de pó para aumentar sua reatividade e assimilação pelo solo. Esses corretivos permitem que o solo alcance valores de pH entre 5,5 à 6,5, faixa considerada ideal para o cultivo de plantas. Quanto maior for o teor de carbonato de cálcio, menor será a quantidade necessária. A maior parte do calcário utilizado para fins agrícolas no Brasil ocorre por meio da aplicação direta do produto no solo, na forma de um pó.
Com a incorporação do calcário no solo, ocorrem reações químicas do carbonato de cálcio e do carbonato de magnésio, juntamente com a água e gás carbônico (CO2), formando hidroxilas (OH-) e bicarbonatos, que são os responsáveis pela neutralização do pH).
Esse é um processo lento e gradual e que varia de acordo com a capacidade de retenção de água pelo solo, da aeração e da granulometria do produto. Entre as suas contribuições, o calcário neutraliza a acidez gerada pelos fertilizantes nitrogenados, tais como nitrato, amônio e sulfatos, aumentando o cultivo e o conteúdo orgânico do solo.
Os materiais calcários mais utilizados como calcário agrícola são: o calcário calcítico; o calcário magnesiano e o dolomítico.
A aplicação do calcário deve ser o mais uniforme possível em toda a extensão do terreno, de modo que haja uma mistura profunda com as partículas do solo, aumentando a superfície de contato. A incorporação deve ocorrer conforme recomendação agronômica, sempre obedecendo às quantidades recomendadas como também as profundidades.
A aplicação dos corretivos de solo deve ocorrer alguns meses antes do plantio. Dessa forma, a acidez do solo pode ser corrigida antes, permitindo o acesso, pelas plantas, aos nutrientes existentes.
O calcário agrícola apresenta baixa solubilidade, e sua ação está associada à umidade e o contato do corretivo com o solo. Esses fatores estão diretamente relacionados ao grau de moagem do corretivo e teores de neutralizantes (carbonatos e óxidos). Ou seja, quanto mais moído, maior é o contato e mais rápida será sua ação, quanto mais misturado, também será maior o contato e mais rápida a ação no solo. Para que uma boa mistura do corretivo com o solo efetivamente aconteça, é necessário que ele seja distribuído de modo uniforme e incorporado na profundidade correta.