Por dentro dos nutrientes

Por meio de variações químicas, físicas e biológicas, o solo é responsável por criar um ambiente apto para transformar rochas e sais minerais em nutrientes. Além disso, funciona como um reservatório de água que é a base de fixação das plantas.

Nenhum vegetal é capaz de se desenvolver normalmente se não obtiver os nutrientes necessários e na quantidade correta para o seu crescimento. Isso por que, cada nutriente possui uma função específica no desenvolvimento das plantas. Não existe um grau de importância específico entre os nutrientes no solo, eles apenas são absorvidos na quantidade e na concentração necessária para o crescimento natural da vegetação.

No entanto, existem minerais que são necessários em maiores quantidades para o desenvolvimento de uma planta que são: nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre. Por este motivo, esses são absorvidos em grandes quantidades pelas culturas e são chamados de macro nutrientes. Já o boro, cloro, ferro, manganésio, zinco, cobre, molibdênio e níquel são considerados micronutrientes, uma vez que são absorvidos em menores quantidades.

Existem fatores que afetam a disponibilidade de nutrientes no solo como, por exemplo: o pH do solo (acidez), intensidade de uso do solo, reações de oxirredução (transferência de elétrons entre espécies químicas), material de origem do solo, entre outros.

A falta de qualquer nutriente no solo acarreta uma série de problemas na formação e no desenvolvimento das plantas como, por exemplo, a redução no crescimento e a diferença na coloração.

A variação de pH está entre as principais causas de afetam a disponibilidade de nutrientes. A faixa de pH em que a maioria dos nutrientes se encontram disponíveis para as plantas na solução do solo está por volta de 5,5 e 6,5. Em sistemas de plantio direto, o pH é menor que 5,5, mas os resultados são positivos, uma vez que existe equilíbrio entre o não revolvimento do solo e a concentração de matéria orgânica.

O excesso de acidez dos solos brasileiros é um dos principais obstáculos para aumentar os rendimentos e a produtividade dos solos. Por isso, recomenda-se o uso do calcário agrícola, pois a sua composição protege o ambiente, incrementa a eficiência dos nutrientes e dos fertilizantes, melhora a efetividade de alguns herbicidas e aumenta a produtividade do cultivo.

Há indícios de que desde a Renascença, a acidez do solo tem sido reduzida através da adição de cal (calcário calcinado) aos solos ácidos. O calcário pode ser encontrado em todos os continentes, e a sua extração ocorre em pedreiras ou depósitos que variam em idade, desde o Pré-Cambriano até o Holoceno.

Esses depósitos são formados por conchas e esqueletos de microrganismos aquáticos, comprimidos sob pressão para formar as rochas sedimentares, ou seja, o calcário. Existem depósitos de calcário precipitado diretamente de águas com elevados teores de sais minerais.

Dentre a produção de calcário existente, uma parte destina-se à correção do solo.