1. Por que fazer a análise de fertilidade solo?
A análise do solo é feita com o objetivo de verificar que tipo de nutrientes se faz presente em determinada amostra e qual é a sua concentração. Deve ser feita de preferência de três a seis meses antes do plantio, pelo menos uma vez por ano. Com essa análise, é possível:
1- Verificar se nutrientes como cálcio, magnésio, potássio, fósforo, matéria orgânica e o nível de acidez estão com concentrações recomendadas, ou seja, se as plantas têm disponíveis estes nutrientes para ser absorvido pelas raízes.
2- Diagnosticar a relação existente entre os nutrientes por meio de uma análise química do solo. Deve existir uma relação equilibrada no que diz respeito à proporção dos nutrientes. A relação cálcio, magnésio e potássio, por exemplo, deve ser respectivamente de 60%, 15% e 5% do fator de capacidade de troca catiônica (CTC). Uma vez que essa relação esteja desequilibrada, deve ocorrer a correção.
3- Identificar a presença de elementos nocivos às plantas como, por exemplo, o alumínio. Em solos com o pH abaixo acima de 5,0, pode existir a presença de alumínio. A toxidez de alguns elementos interfere no desenvolvimento das plantas.
4- Avaliar se nenhum nutriente está em excesso. Por isso, a análise também possibilita verificar se há existência de excesso de sais ou outros componentes que prejudicam a qualidade do solo. O sódio é um elemento presente, principalmente em solos muito velhos, localizados em regiões com pouca chuva e de alta temperatura. A sua presença impede a absorção de nutrientes importantes como cálcio, magnésio e potássio.
Tipos de análises de solos
As principais análises existentes para avaliação das propriedades do solo são: a análise química e a análise granulométrica.
A análise química avalia a fertilidade química do solo e determina: a disponibilidade de nutrientes para as plantas; o pH e a matéria orgânica do mesmo.
Já a análise granulométrica determina a proporção de constituintes do solo (areia, argila) que influenciam no seu correto uso e manejo e indica o risco de erosão; disponibilidade de água para as plantas; o uso econômico de adubos; a mecanização adequada e qual a melhor cultura a ser implantada. Esse tipo de análise serve como um complemento da análise química, garantindo maior segurança para o diagnóstico.
É importante que se realize ambas as análises em conjunto, pois assim podem-se relacionar os teores de nutrientes e acidez com o potencial de uso e manejo do solo. Com o resultado das duas análises é possível elaborar um diagnóstico mais preciso da fertilidade.
2. Importância de uma perfeita amostragem
Vantagens da análise de solos
Uma análise de solos é adequada e recomendada, pois:
· São análises rápidas, de baixo custo e que podem ser feitas em qualquer época do ano
· Os resultados podem ser interpretados por Engenheiros Agrônomos, Engenheiros Florestais ou Zootecnistas
· É possível elaborar um programa de adubação e calagem adequado
· Seus resultados determinam as quantidades de nutrientes que o solo será capaz de fornecer às plantas e qual a quantidade de adubos e calcário que deverá ser aplicada
· Permite oferecer as melhores condições de produção e de qualidade às culturas
3. Como retirar amostras de solos para análises?
Procedimentos de coleta do solo
Primeiramente, a propriedade deve ser dividida em glebas ou talhões que sejam uniformes. Assim, a amostra coletada em cada gleba poderá representar a situação de fertilidade. Normalmente estas áreas são separadas conforme suas características físicas ou de uso: área arenosa, área argilosa, alto da encosta, meio ou baixada, cor da terra, cultura ou vegetação existente ou anterior e até mesmo devido aos tratamentos que já recebeu como calagem e adubação.
Cada uma das áreas escolhidas deverá ser percorrida em zig-zag, retirando-se com um trado, amostras de 15 a 20 pontos diferentes, que deverão ser colocadas juntas em um balde limpo. Na falta de trado, pode ser usado um tubo ou uma pá.
Todas as amostras individuais de uma mesma área uniforme deverão ser muito bem misturadas dentro do balde, retirando-se uma amostra final, em torno de 500g.
Não é recomendável retirar amostras de locais próximos a residências, galpões, estradas, formigueiros e depósitos de adubos, nem quando o terreno estiver encharcado. No caso de culturas perenes (frutíferas) sugere-se retirar amostras entre 20 e 40 cm de profundidade.
4. Seqüência para amostragem de solo
Interpretação da análise
Os parâmetros para interpretar o resultado da análise do solo são:
pH em água
Quando o resultado da análise de solo indica pH=5 (solo ácido), os elementos essenciais às plantas (nitrogênio, fósforo e potássio) estão indisponíveis, ou seja, a planta não consegue se alimentar deles por causa do pH.
Fósforo (P), Potássio (K), Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg)
Em geral a proporção “Ca-Mg-K” tem que ser 12-4-1, ou seja, a cada 12 partes de cálcio é preciso ter 4 partes de magnésio e 1 parte de potássio.
Alumínio (Al)
O alumínio livre é tóxico para as raízes e não pode existir no solo. Ele aparecerá quando as terras estiverem muito ácidas, com pH menor que 5,0
Hidrogênio (H)
Uma alta concentração do íon hidrogênio significa ter um solo ácido e uma baixa concentração de íons hidrogênio significa ter um solo alcalino ou básico. As duas condições constroem barreiras pela absorção de nutrientes nas plantas.
Soma de bases (SB)
Serve para indicar se o solo tem nutrientes disponíveis para a planta.
Capacidade de Troca de Cátions (CTC)
É a capacidade do solo em segurar alguns nutrientes, como cálcio, magnésio, potássio no seu nível de acidez atual. Não mostra toda a capacidade em reter nutrientes.
Saturação por bases (V%)
É a porcentagem de íons benéficos aderidos quimicamente a parte mineral do solo. Quanto maior esse valor, mais nutrientes a planta tem para absorver.
Saturação de alumínio (m%)
Qualquer valor maior que zero é danoso para a planta e haverá redução de produção. O valor deve ser zero (0).
Matéria Orgânica
Quanto mais matéria orgânica, maior a probabilidade de haver nitrogênio, enxofre e micronutrientes no solo. Também haverá maior capacidade de retenção de nutrientes, melhor porosidade e maior capacidade de suportar solos salinos.
Etapas da análise e correção do solo